quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Brasil, brasileiro, orgulho também estrangeiro

Eu cresci ouvindo um monte de gente falando que o Brasil não era um país sério, que era o paraíso da corrupção, que todo mundo rouba, que aqui, o que salva é o futebol e o samba. Mas sou filha de pais esquerdistas, que apesar da sua ideologia socialista utópica me deram todas as oportunidades para eu mesma tirasse minhas conclusões e até, se achasse um lugar melhor, fosse embora desse país imoral.

E lembrei disso na semana em que o Brasil foi escolhido para ser a sede das Olimpíadas de 2016 e eu que não sou exatamente patriota, confesso que me emocionei. E não me emocionei somente pelo povo que terá a oportunidade única de ver uma festa dessa proporção, nem pelos atletas que mesmo sem incentivo nenhum, tem amor à camisa verde e amarela.

O que me deixou emocionada foi ver que o Brasil brigou ombro a ombro com as grandes potencias mundiais, cidades belíssimas e muito mais estruturadas, foi ver o lugar de destaque que o Brasil está ganhando no mundo, foi ver o belo discurso do nosso presidente, foi ver o material de campanha elogiado pelo mundo inteiro.

Foi ver, esse país, que assim como eu, cresceu ouvindo que não era sério, hoje ter o crédito do mundo inteiro.

E não falo isso só porque o Brasil vai ser a sede das Olimpíadas, falo isso, porque sei da posição do Brasil e da visão que os outros países tem de nós hoje. Quem teve a oportunidade de viajar para o exterior sabe do que estou falando. Vi situações que demonstram um respeito ao poder aquisitivo e à economia sendo dada ao Brasil e ignorada à países europeus. Por exemplo, em Nova Iorque, é comum as melhores e maiores lojas como a Apple Store, a BH, a Saks e a Macys terem vendedores brasileiros para poder atender melhor o povo que mais gasta por lá.

Sei de teses em faculdades européias que buscam justificar o motivo pelo qual o mundo inteiro sofreu uma tsunami na crise e o Brasil apenas uma “marolinha”.

Claro que sempre surgem os comentários sobre as obras super hiper faturadas que vão enriquecer alguns às custas das Olimpíadas, mas colega, se o motivo for esse, teremos que nos preocupar com as estradas, escolas, licitações e tudo que favorece o desvio de verbas nesse país.

E esse não é o caminho e nem o momento. O momento agora pede um pouco que seja de orgulho, ainda que próprio e amanhã como sempre, levantamos sacudindo a poeira.