domingo, 19 de julho de 2009

Pausa para o meu momento cinza

Eu sou boa em história, faço um bolo de chocolate delicioso e sei tabuada.

Mas não sou boa de tristeza, eu nunca sei direito o que fazer com ela.

Meus dias ficam todos frios, todos congelantes, meu quarto magicamente muda as cores da parede para um tom acinzentado, os barulhos internos ficam insuportáveis, minhas energias diminuem e o meu cansaço explode no meu rosto e nas minhas costas.

Fico com uma vontade de sair correndo ou então de tomar uma garrafa de vinho, nessas horas, confundo muito as coisas.

Mas não saio correndo e nem bebo uma garrafa de vinho porque isso eu faço quando eu to alegre.

Estou cansada, realmente, até de escrever, justamente porque me convenço que no fundo esse monte de nadas continuam sendo um monte de nada, no máximo, uma paródia mal humorada e cansativa.

Ai desisto, antes de começar, poucas coisas eu consigo levar pra frente.

Dizem que passa, uma hora passa. Mas se eu não sou boa com a tristeza, sou pior ainda com a paciência.
As vezes eu gosto de andar cabisbaixa, gosto de olhar para baixo, ver onde eu piso, olhar para os meus pés. Os meus pés me remetem à certeza de que eu estou sempre chegando em algum lugar.

Mas eu também gosto de andar com a cabeça erguida, gosto de olhar pra cima, ver até onde a minha vista alcança, olhar para o céu. A imensidão lá em cima me remete à torturante certeza de que eu sou realmente pequena.

O fato é que ai é que eu percebo o mundo que cabe no espaço que vai da ponta dos meus pés à minha cabeça.